sexta-feira, 28 de maio de 2010

mãe e prô...

Nossa...como é difícil se dividir entre ser mãe e ser professora...mais do que ser professora, ser Prô, principalmente agora que voltei a trabalhar com crianças...
Já escrevi aqui sobre a eterna culpa materna...pois é, agora, de novo, me sinto mais culpada ainda. Trabalhando com crianças da mesma idade de minha filha. Vou pra escola todo dia e a deixo nas mãos de outras prôs, para ser prô de filhos de outras pessoas. É muito bom trabalhar com crianças, mas é inevitável ficar pensando o dia todo em como a minha criança está se sentindo lá com outras pessoas. Toda vez que um dos meus aluninhos chora, perguntando pela mãe, meu coração se corta...fico imaginando a minha perguntando e chorando por mim...
Mas como já disse antes também...é o ciclo...não tem o que fazer. Necessidades! Me consolo, pensando que estou no caminho certo, fazendo o que é possível pra manter a boa qualidade de vida dela...qualidade financeira...será que esta é mesmo a melhor qualidade que a vida pode ter? Tento me enganar com esses pensamentos burgueses...mas no fundo, me sinto mal, muito mal, por não participar mais do dia dela...
Acho que ela até se diverte com toda a situação, mas sei que não estou podendo dar toda a atenção que ela precisa...
Outro dia, conversando com meu marido sobre meu trabalho, o que acontece lá no dia-a-dia...minha filha, só ouvindo de longe, me perguntou: "mamãe, você é uma prô?"...rimos é claro...mas ao constatar isso, com certeza ela constatou que eu passo o dia com outras crianças e não com ela. Ela sempre soube que eu e o pai trabalhávamos em escolas, mas como professores, com alunos adolescentes, muito maiores que ela...não como PRÔ...Me doeu...mas fazer o quê?
Tento contornar isso da melhor forma possível, mas que dói, dói. Se a gente quando é mãe, não consegue nem tomar um sorvete na rua sozinha, porque fica pensando no filho que não está lá...imagina cuidar do filho de alguém, enquanto o seu está sob o cuidado de outras pessoas...
Contradições e imposições do sistema...é a vida...capitalista!

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